Metodologia de Trabalho

terça-feira, 9 de junho de 2015

A formação acadêmica para os treinadores de futebol: ter ou não ter o diploma?
Afinal, o comandante da equipe deve ter formação? Ex-jogador ou professor de educação física? O curso especializante basta? E sem curso dá pra dirigir algum time?

Por Gabriel Pessanha Chagas

1 - Introdução
Futebol, o esporte mais amado pelos brasileiros. Lazer, para alguns. Para outros, o trabalho. Nesse artigo, irei falar um pouco mais sobre um cargo muito importante no meio futebolístico: o treinador de futebol. Mais especificamente, irei discutir sobre a importância da formação acadêmica para o treinador. Afinal, o comandante da equipe deve ter formação? Ex-jogador ou professor de educação física? O curso especializante basta? E sem curso dá pra dirigir algum time?

No meio do futebol, muito preconceito existe com quem não foi “boleiro”. Desde dirigentes, até os próprios jogadores, existe uma rusga com quem não jogou bola e tenta a vida dentro da área técnica. Medo de não funcionar, talvez. Medo de a aposta dar errada e de ser a resposta quando alguém perguntar quem colocou aquele professor de educação física que afundou o time. Despeito, talvez, de não serem considerados legítimos treinadores de futebol, visto que a lei 6.354, de 2 de setembro de 1976, em seu vigésimo sétimo artigo, diz: "Todo ex-atleta profissional de futebol que tenha exercido a profissão durante 3 (três) anos consecutivos ou 5 (cinco) anos alternados, será considerado, para efeito de trabalho, monitor de futebol”. (BRASIL, 1976)
A verdade é que tal preconceito existiu e sempre vai estar no Brasil, até que o futebol seja profissionalizado de verdade e o amadorismo pare de reinar pelos gramados brasileiros. Cabe a nós, treinadores, que busquemos mudar essa visão antiquada e que quem comande o time seja, de verdade, o mais bem preparado para tal função. Não só por isso, mas sendo um dos fatores preponderantes também, vemos o nosso futebol cada vez mais ultrapassado pelo restante do mundo. Para ilustrar, as ligas da UEFA exigem a formação no curso da própria entidade para todos os técnicos que disputam seus campeonatos. Todos devem fazer os cursos até chegar o nível máximo, para, assim, poder assumir as equipes que disputam os campeonatos de ponta da Europa.
A rigidez com a formação é tão grande lá, que podemos citar o caso do francês Zinedine Zidane, ex-jogador, famoso internacionalmente e, agora, treinador de futebol. Ele treina a equipe do Real Madrid B, o Castilla, mas não tinha licença para tal, sendo um dos seus assistentes que assinava a súmula por ele. Descoberto tal fato, a UEFA puniu com 3 meses de suspensão do comando da equipe, mostrando que a entidade é rígida até mesmo com quem já foi um dos maiores jogadores do mundo. Vale lembrar que Zidane já estava no final de seu curso que o habilitava a treinar a equipe, embora estivesse errado do mesmo jeito.


2 - Desenvolvimento

A formação acadêmica para os treinadores de futebol é extremamente importante por vários motivos. Primeiramente, falando dos cursos preparatórios para a função, a necessidade é clara: não se pode acreditar e aceitar que em um futebol tão avançado e moderno, a antiga ideia de que para comandar uma equipe basta ter jogado de futebol ainda exista. Hoje em dia, com tantas variáveis, desde tecnologias, possibilidades de avanço em termos de treino, entre outros, não se pode concordar que um simples ex-jogador possa assumir um time, sem nenhum time de preparação. Como dito anteriormente, se uma entidade como a UEFA puniu um ex-jogador como Zinedine Zidane por não ter o curso completo, por que aqui deve ser diferente?
Ninguém pode fazer um trabalho sem ter estudado, sem ter se preparado para tal função. Esse tipo de processo só acontece, infelizmente, no futebol brasileiro. Porém, como alegria para o país, cada vez mais o interesse pelo estudo, pelo aperfeiçoamento aumenta nas cabeças de nossos comandantes. Dessa forma, cada vez menos se encontra técnicos completamente despreparados. Seu espaço no mercado vai diminuindo, já que por sua falta de preparo, não consegue obter resultados contundentes.

Em relação à formação em Educação Física, há uma grande discussão sobre a necessidade do diploma. Em um primeiro momento, temos que analisar o fato de que o treinador é, acima de tudo, um professor. Sua função é ensinar, explicar, comandar, ordenar. Quem, de fato, tem a qualificação para tal é o formando em Educação Física. Em um segundo momento, devemos analisar quais são as outras funções e suas participações dentro do clube. Acredito que, como comandante do time, ele seja um elo entre todas as variáveis presentes. Fisiologia, preparação física, tática e técnica, departamento médico, entre outros, são funções que existem dentro de uma comissão técnica e que trabalham para o bom funcionamento da equipe. Se o elo maior entre todos os departamentos não souber o básico das outras funções, como ele irá desempenhar a função de uni-los?
Num futebol, em que cada vez mais se fala sobre a interdisciplinaridade dentro da comissão técnica, não existe possibilidade de o chefe da equipe não saber como liderar os outros cargos. E essa preparação se consegue dentro da faculdade. Não podemos esquecer, jamais, que o técnico é e deve ser sempre um estudioso do corpo humano, já que lida com ele em seu desempenho máximo.

Como exemplo, podemos lembrar treinadores extremamente competentes, vitoriosos e que vieram das salas de aula das universidades, acabando assim com o preconceito de que esses não podem ser bons comandantes de equipe. José Mourinho, “The Special One”, nunca jogou bola profissionalmente, fez a faculdade e hoje é um dos melhores (se não o melhor) treinadores de futebol do mundo em atividade. Seus títulos e vitórias comprovam isso. Seu pupilo, André Villas-Boas, da mesma forma, também usou seu diploma para adentrar os gramados.
Para citar um exemplo mais próximo de nossa realidade e que ressalta como a formação é importante, podemos falar também de Vanderlei Luxemburgo. Luxa, como é conhecido, foi jogador de futebol e se engana que por isso virou treinador. Antes, consciente da necessidade do aprendizado, ele se lançou nas salas de aula para aprender o que é necessário para desempenhar sua função. Assim, é um dos diversos técnicos que tem a noção de que a formação na Educação Física, mesmo com toda a sua experiência adquirida durante sua carreira de jogador, é extremamente importante para a carreira no banco de reservas.

Para ilustrar, também podemos falar sobre como acontece a formação de um treinador de futebol americano, basquete e outros esportes nos Estados Unidos, como modo de comparação, apenas. Lá, o “coach” é formado através de um longo processo, na maioria das vezes, em que ele vai subindo de degrau em degrau, saindo desde um simples professor do esporte no colégio, indo para a faculdade, até chegar às principais ligas do país. Logo, o técnico tem a preparação adquirida na Educação Física e a experiência de ter passado por todo um tempo de preparo durante o período treinando o colégio e a faculdade, chegando ao mais alto nível esportivo.

Segundo Cunha (2009), “os professores de Educação Física possuem conhecimentos em fisiologia, anatomia, biomecânica, crescimento e desenvolvimento humano, pedagogia, aprendizagem motora, nutrição, possuem também conhecimento sobre psicologia, sociologia, medicina e antropologia do esporte. As formas de ensino das habilidades motoras básicas e específicas do esporte também são fornecidas na faculdade de educação física. O problema é que não tem muita experiência em competição, principalmente de alto nível.”
Tal citação exemplifica muito bem todos os benefícios que a faculdade trazem para o futuro profissional do futebol, embora fale também da dificuldade em que enfrentam a respeito da experiência. Porém, também deve ficar claro que ninguém nasce com essa experiência e que ela só pode ser conseguida através de anos de trabalho, esforço e dedicação.

3 - Conclusão

Podemos concluir, então, que a formação acadêmica é extremamente importante para o bom desempenho da função de treinador de futebol. Vimos que o curso de preparação para o cargo é necessário e que é inadmissível que ainda exista alguém que comande uma equipe no futebol brasileiro e que não tenha feito nenhum tipo de curso para tal.

Concluímos, também, que o professor de Educação Física pode, sim, ser um excelente técnico e que o preconceito que existe em relação a esse fato é completamente infundado. O formando em tal curso é, sim, mais preparado para assumir o cargo, devido aos inúmeros aprendizados que ele obtém dentro da universidade. É claro, também, que como para os ex-atletas, os professores também devem fazer os cursos preparatórios e também devem se especializar para poderem trabalhar no meio futebolístico. A verdade é que merece estar a frente da equipe aquele que melhor se preparar para isso e, dessa forma, o estudo do futebol aparece como a principal necessidade existente para que nosso país volte a reinar como um dos maiores do mundo nesse esporte.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O perfil do jogador moderno 
 
Por que jogadores que seriam craques no passado não conseguem jogar no futebol atual?
Nicolau Trevisani

 
 
Depois da goleada sofrida para Alemanha por 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014, muito se falou sobre o quadro do futebol brasileiro atual, sobre seu atraso e o que deveríamos mudar para que pudéssemos ser novamente protagonistas.
Para atualizar o futebol atual, é necessário entender um fato: para se jogar um jogo moderno é preciso ter jogadores modernos.
Partindo deste fato, uma pergunta se faz fundamental aos envolvidos no esporte: que tipo de jogadores temos que formar para jogar o “futebol moderno”?
Inegável que o futebol brasileiro foi durante anos uma das maiores fontes de talentos do futebol mundial (Pelé, Zico, Ronaldo, Romário, Neymar, Kaká, etc.), mas também é notável que estamos diminuindo nossa quantidade de jogadores de alto escalão (já não temos tantos protagonistas nas principais ligas do mundo) e isso não se deve à quantidade de jogadores, mas sim à forma como são formados hoje os nossos atletas.
Eles não se encaixam no futebol atual, que tem se mostrado cada vez mais rápido e com poucos espaços, uma vez que as equipes têm atuado de uma maneira cada vez mais compacta.
Essa situação faz com que jogadores absurdamente habilidosos ou técnicos sejam preteridos caso não consigam inserir suas qualidades no contexto atual.
Não adianta ser um meia armador de muita visão e qualidade técnica se o jogador não tiver dinamismo, muita movimentação e velocidade de gesto e raciocínio para fazer sua equipe jogar, em poucos espaços, com qualidade.
Não se tem mais tanto tempo e espaço para tomar decisões, o que faz com que a qualidade técnica por si só não seja mais útil se não tiver unida a muita movimentação e velocidade de raciocínio para executar as ações.
Independentemente de posição no campo, é importante ter uma coisa muito clara quando se fala de perfil de jogador moderno: para ser bom jogador hoje, não basta ser técnico, é fundamental ter uma grande velocidade de raciocínio, ser um atleta inteligente que saiba ler o jogo da maneira correta com a maior velocidade possível dentro de seu contexto.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

  A importância da formação do treinador de futebol – parte II
Uefa acredita que treinadores bem preparados irão contribuir para a formação de melhores futebolistas, com benefícios evidentes para o desenvolvimento da modalidade
 
Como vimos na primeira parte deste especial, o cargo de treinador de futebol exige, nos dias atuais, capacidades e qualidades muito diferentes de décadas atrás, em alguns países (principalmente do continente europeu) isto já parece ser consenso.
Na Europa, os bons resultados esportivos, como os que a Espanha vem alcançando nos últimos anos, têm uma conexão direta com uma formação de qualidade para os treinadores, a fim de que estes possam realizar bons trabalhos independentemente dos níveis em que atuam.
Na parte II do especial sobre a formação de treinadores de futebol, iremos abordar as diretrizes da Uefa para a formação de treinadores e algumas peculiaridades de importantes federações filiadas a ela.
Para o dirigente Espanhol Ginés Melendez, a entidade máxima do futebol europeu é parte fundamental no processo de avanço do futebol daquela região, pois o programa de formação de treinadores, a convenção de treinadores e outras iniciativas desenvolvidas pelo órgão ajudaram a elevar os padrões de qualidade da modalidade em todo o continente. Meléndez parece ter razão.
A formação destes gestores técnicos encontra-se no topo da lista de prioridades técnicas da entidade presidida por Michel Platini e também das federações nacionais de toda a Europa.
O ponto de vista global é simples e direto: treinadores bem preparados irão contribuir para a formação de melhores futebolistas, com benefícios evidentes para o desenvolvimento da modalidade.
Porém, o processo de implementação desse novo paradigma é trabalhoso e exige um esforço constante, tanto da Uefa, como das federações afiliadas, que não apenas mudaram as leis regulamentadoras da profissão de treinador de futebol, mas têm a obrigação de fiscalizar tal mudança de cultura no país. Para se ter uma noção deste processo basta olhar para o tempo de intervalo entre a primeira reunião para discutir a necessidade de formação dos treinadores e o reconhecimento mútuo de habilitações de treinadores da Uefa.


 
Contudo, hoje a conscientização dos profissionais do futebol em relação à necessidade de formação já é uma realidade no continente europeu, como relata Patrick Bonie, em entrevista ao site da entidade:
"Ao longo da última década, reestruturamos a nossa área de formação de treinadores, estabelecendo uma nova filosofia e criando um ambiente de aprendizagem adequado. No passado, os ex-jogadores encaravam com algum receio os cursos de treinadores. Mas o esquema de licenciamento da Uefa constituiu um enorme ímpeto e creio que os antigos jogadores perceberam que, sem um curso de treinadores, ficam um pouco aquém a nível de organização, planeamento, gestão de jogadores e aspectos básicos como estruturação e controle dos programas de treino. Apesar de ter tido a felicidade de realizar o meu curso de treinador enquanto ainda jogava, na Escócia, percebi depressa que não se tratavam de áreas fáceis de dominar”.



Nessa esteira, a Uefa criou dois elementos significativos: o modelo de formação de treinadores, com o intuito de direcionar as formações oferecidas pelas federações filiadas à Uefa, e o Painel Jira (nome em homenagem ao ex-treinador Tcheco Václav Jira, falecido em 1995), comissão que visa discutir questões específicas à formação do treinador e do futebol europeu. Esse grupo trabalha de forma constante e em conjunto com outros setores em ações que visam melhorar diversos aspectos da formação, além de promoverem diversos encontros, simpósios e publicações como a revista The Technician, direcionada aos treinadores, além de muitas outras ações.

Como o próprio nome diz, as diretrizes de formação da Uefa têm o intuito de direcionar o trabalho das 53 federações filiadas; além disso, a uniformidade criada possibilita que os treinadores possam trabalhar em outros países do continente com o título que obtêm em um curso de uma federação específica.
Ao longo do especial, apresentaremos algumas características peculiares ao que é estabelecido em algumas das principais escolas europeias.
A estrutura organizada pela Uefa possui três níveis: Uefa B Licence, Uefa A Licence e Uefa Pro Licence, de acordo com a organização apresentada abaixo. Porém, o Painel Jira trabalha constantemente para inserir outras formações a estes níveis, como, por exemplo, formação para treinadores de goleiros.
As federações, entretanto, costumam dentro dessa organização dividir a formação delas em níveis (três ou quatro, geralmente); peguemos aqui o exemplo dos órgãos espanhol e alemão:
A representação do atual futebol campeão europeu e mundial divide-se em três níveis: 1) Treinador de futebol de base; 2) Treinador de futebol regional; 3) Treinador de futebol nacional. Cada um destes apresenta basicamente quatro blocos de ensino:
 
Essa organização permite não apenas que os treinadores passem por mais de 1.800 horas de conteúdo teórico-prático, como também vivenciem diferentes contextos que vão desde categorias de base até o alto rendimento. Além disso, esse tipo de organização favorece que o aspirante a treinador trace um “plano de carreira”, o que o fará dedicar-se à profissão de treinador de futebol. Cada nível pode custa um valor entre 1.000,00 e 1.200,00 euros ao candidato.
Vejamos por exemplo, a opinião de Lars Lagerbäck, antigo treinador da Suécia que atualmente ocupa o cargo na seleção da Islândia sobre a importância de se formar bons treinadores por intermédio de programas qualificados e organizados:

“Não importa se você está treinando na Espanha, na Suécia, ou se está à frente de uma equipe de categoria de base ou de um clube de pequena dimensão. Com a minha experiência, posso dizer que um treinador com formação de qualidade pode provocar grandes diferenças para a obtenção de resultados, na transformação de jovens jogadores ou em futebolistas de excelência”, afirma Lars.
Já a Alemanha, possui em sua organização também uma pirâmide, na qual a base do conteúdo é ofertada pela internet, de modo online, facilitando o acesso de treinadores independentemente do local em que estes trabalham.
Além disso, a federação alemã tem parceria com as federações regionais, que aplicam os cursos e fiscalizam a atuação dos treinadores em território nacional, facilitando, assim, a divulgação dos conhecimentos e o controle da atuação do treinador.
Veja abaixo uma adaptação feita pela Universidade do Futebol da estrutura de qualificação germânica:
 
Percebe-se uma estrutura semelhante entre a federação espanhola e a alemã, na qual os conteúdos sofrem uma progressão de acordo com o nível de competitividade a que o treinador estará habilitado para enfrentar.
Na sequência, elencamos alguns exemplos e depoimentos de como a Uefa e o Painel Jira se esforçam para desenvolver a formação de treinadores em todo o território europeu.


Painel Jira e o desenvolvimento da formação de treinadores
Como referido desde o início do especial, em linhas gerais, a Uefa compreende que, para se formar jogadores extraordinários e possibilitar que estes demonstrem ao máximo o seu talento, necessitam-se de treinadores igualmente extraordinários, mas, para a Uefa, treinadores com tais capacidades não surgem ao acaso: “São, acima de tudo, produto de um sistema educacional de alta qualidade”, crê o organismo europeu.
Nesse sentido, durante as reuniões do Painel Jira, alguns convidados juntam-se a estes especialistas com o objetivo de assegurar que sejam mantidos os mais altos padrões na tentativa de formar treinadores de top.
O painel apoia os trabalhos do Comitê de Desenvolvimento e Assistência Técnica da Uefa e, mais especificamente, oferece suporte às suas 53 federações filiadas, aos clubes e a outras partes interessadas na formação de treinadores. Contribui também para a aplicação e implementação da Convenção de Reconhecimento Mútuo das Qualificações de Treinadores, com o objetivo de proteger a profissão de treinador de futebol e facilitar a livre circulação destes profissionais dentro da Europa.



O diretor técnico da Federação Tcheca de Futebol (CMFS), Dušan Fitzel, que integra o Painel Jira, relata ao site da Uefa a experiência: “Fazer parte de um grupo de treinadores, diretores técnicos e formadores de tamanha qualidade é uma excelente oportunidade para adquirir mais conhecimentos, partilhar experiências e ouvir opiniões de diferentes países e federações”, afirmou. “Estou certo de que a nossa federação irá beneficiar bastante com esta experiência, tal como eu me beneficiarei, em nível pessoal”.
Peter Rudbaek, diretor técnico da Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU), vê a troca de informações entre as federações como fundamental para o desenvolvimento do futebol. Segundo ele, é necessário estabelecer padrões elevados comuns e agir de acordo com eles. “Estes padrões comuns constituem uma excelente oportunidade de inspiração e parceria entre países”, admitiu.
Com as 53 federações nacionais da Europa integrando a Convenção de Treinadores da Uefa, cada instituição de formação de treinadores mostra-se empenhada em atualizar permanentemente os seus cursos e utilizar as mais modernas tecnologias nos processos de aprendizagem.
Acima de tudo, as exigências da Uefa estimulam os atuais níveis de qualidade, encorajando os países a irem ao encontro dos padrões internacionais dada a obrigação dos treinadores (que queiram trabalhar em território estrangeiro) possuírem licenças válidas.
Nico Romeijn, diretor da formação de treinadores da Federação Holandesa de Futebol (KNVB), uma das escolas mais tradicionais deste esporte, acredita que o ambiente futebolístico evoluiu nos últimos dez anos, e os treinadores precisam estar equipados para dominarem três grandes áreas: 1) Análise dos jogos, 2) Realização de treinos proveitosos e 3) Gestão da equipe e dos seus elementos individuais.

Neste constante esforço de melhora, já se discute há alguns anos as estruturas e metodologias relacionadas com cursos que levam à licença A-jovem, também ofertada pela Uefa. De acordo com Romeijn, as estruturas holandesas permitem aos alunos combinar o trabalho prático nos clubes com reuniões residenciais e tarefas específicas: “As tarefas são baseadas no tipo de problemas que é provável virem a encontrar como treinadores, também encorajamos os estudantes a refletirem sobre os seus desempenhos e a traçarem o caminho que querem seguir”, explicou.
Por fim, é interessante observarmos a análise de Antonin Plachy, diretor da formação de treinadores da Federação Tcheca de Futebol (CMFS), sobre o contexto educacional atualmente em vigor naquele país:
“É preciso combinar uma atmosfera relaxada entre os alunos com as exigências ao mais alto nível. É importante criar um ambiente no qual os candidatos a treinadores possam atingir todo o seu potencial, sentindo-se inspirados para resolverem os problemas da sua própria maneira, ao mesmo tempo em que se concentram no desenvolvimento de jogadores criativos e talentosos”.
Agora, e o cenário brasileiro? O país pentacampeão mundial e que não ocupa mais o topo do ranking de seleções da Fifa vem desenvolvendo qual tipo de trabalho? Nossos treinadores e gestores de campo estão sendo formados em qual sistema? Será que existe uma organização que vá de acordo com uma lógica complexa, e considere as novas tendências do treinamento esportivo aplicado ao futebol e as diversas capacidades necessárias para exercer essa função?



terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Categorias de base: logaritmo de sucesso
Clubes de São Paulo têm dificuldades em montar um planejamento estratégico para formações de jovens atletas. A falta de profissionais especializados em gestão de futebol é ponto chave
Gabriela Chabatura

O estudo realizado demonstra que a dificuldade dos clubes de São Paulo em revelar jogadores está diretamente relacionada à falta de um modelo estratégico e profissionais capacitados para exercerem funções nas categorias de base. O problema pode ser comprovado à análise do trabalho dos clubes de futebol como Corinthians, Palmeiras e Portuguesa. Esses clubes renomearam profissionais para cargos que antes nunca haviam ocupado e, por esse motivo, são encontradas falhas no futebol amador.
O primeiro passo para obter bons resultados nas categorias de base, é nomear profissionais especializados para os cargos, seja de coordenador, coordenador técnico ou diretor técnico. É essencial que o clube contrate uma pessoa gabaritada, com noções sobre gestão de futebol e, sobretudo, saiba lidar com jovens atletas, como assim fez o Desportivo Brasil, Red Bull Brasil e São Paulo. Administrar as categorias de base exige que o profissional tenha vivência e especializações em processo gerencial.
Dado o primeiro passo, os demais se tornam mais fáceis. O bom profissional deve iniciar o planejamento estratégico, ou seja, as diretrizes de seus trabalhos nas categorias de base. É fundamental que ele tenha um prazo de aproximadamente quatro anos, para que os resultados possam ser observados e que não mudem durante o seu percurso. O recomendável é que haja uma atualização do projeto a cada seis meses ao menos, por causa da rotatividade do futebol, e sejam apenas adequações e nunca uma mudança drástica.
Outro item essencial para o sucesso no futebol amador é a comunicação. É indispensável a conversa entre os profissionais das categorias de base e os profissionais da equipe principal. Uma vez a cada mês, pelo menos, deve haver reuniões para que a base possa explanar seus problemas e ouvir do time profissional quais são suas necessidades para poder supri-las. Essa comunicação facilita o conhecimento entre os dois setores e abre um leque de possibilidades ainda maior para que o técnico profissional observe os atletas da base em jogos-treinos, amistosos e outros trabalhos de avaliação.
A comunicação não se priva apenas no relacionamento com a equipe profissional. Ela deve ser cultivada de maneira exemplar também entre todas as categorias da base. O São Paulo faz um trabalho bem estruturado quanto a isso (leia mais no capítulo "Estrutura e Métodos de trabalho dos clubes de São Paulo"). Uma vez por semana, profissionais se reúnem e trocam experiências sobre a metodologia. Isso é importante para que todos os setores estejam bem ramificados e não haja erros de comunicação. A comunicação, relacionamento e interação é a base para o sucesso.
O bom relacionamento também deve ser levado para fora do clube. Isto é, deve-se prezar por uma comunicação cordial e ética com outros clubes – isso pode facilitar futuras negociações. Este ponto, inclusive, foi discutido em um seminário na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) inédito, idealizado por Ney Franco e René Simões em abril de 2012. No encontro, foi acordado um plano ético, em que os times não mais negociarão com atletas sem antes consultar o clube, além de calendário de competições específicas para categorias. Isso deve expandir também a relação com a imprensa, já que ela é responsável pela dissipar a marca do clube.
Voltando ao plano estratégico, o clube deve definir seu modelo de jogo. Essa filosofia ainda é difícil de ser entendida por clubes brasileiros e entre os aqui pesquisados apenas o São Paulo e Red Bull Brasil o possuem. O modelo de jogo vai definir quais são as características do time dentro de campo e quais atletas são qualificados para fazer parte do elenco. O exemplo mais claro é o trabalho que tem sendo feito no Barcelona, da Espanha. Se observado todas as categorias do clube catalão, todos os times jogam em único modelo e não há diferenças para o profissional, mesmo tendo no principal, talentos como Lionel Messi. O resultado? Uma equipe que era tida até 2011 como imbatível e atletas de carreira duradora no clube, como é o caso de Xavi Hernández, que é formado e está há mais de 20 anos no Barcelona.
O modelo de jogo vai minimizar a necessidade de o clube em gastar cifras astronômicas para contratar jogador do exterior e correr o risco dele não dar certo no futebol brasileiro. Com a base fortalecida, raramente o clube vai precisar ir ao mercado contratar e, quando for, já terá as características ideais do jogador que ele precisa negociar para enquadrá-lo à necessidade do treinador. Uma prática muito comum no futebol brasileiro é o treinador depender de apenas um jogador e montar um esquema tático todo em cima dele. Quando isso acontece, a probabilidade de a equipe fracassar aumenta. Vide o exemplo do Palmeiras com o chileno Jorge Valdivia. O clube repatriou o meia em 2010, depois de boa passagem em 2007 e 2008, por aproximadamente R$ 13,7 milhões e dois anos depois ele sofreu uma série de lesões (ao total são dez). Consequência, o time sofreu com a falta de um camisa 10, já que não havia nenhum atleta substituto com as mesmas características.
Outro ponto também que deve ser planejado, é a avaliação de cada garoto de maneira individual. É impossível avaliar os garotos como um todo, sendo nenhum ser humano é igual ao outro e têm as suas particularidades. Isso atribuído, cabe ao clube decidir se traçará um plano de carreira ou não. Em alguns casos, o próprio agenciador do atleta é quem faz, mas se o clube optar por fazê-lo deve analisar o momento do jogador e, conforme o desempenho durante o ano ir acrescentando ou diminuindo metas para a carreira deste futuro atleta. Um case de sucesso é o que Santos conseguiu com Neymar. O Santos obteve patrocinadores para bancar o salário do atacante, estender o vínculo, atribuir uma multa milionária no contrato e, o mais importante, segurá-lo no Brasil mesmo com sondagens de clubes poderosos do exterior.
A participação em competições também deve ser pensada. Não é recomendado, aceitar o convite de uma federação um mês antes de o torneio começar. O clube já precisa estar organizado e ter o calendário como uma das suas diretrizes no planejamento estratégico. Deve-se pensar na visibilidade da competição, duração, custos e se irá desgastar ou não seus jogadores. Os torneios internacionais – ao menos um ao ano – têm prestígio e dão a possibilidade de expor a imagem (algo que precisa ser trabalhado paralelamente com o departamento de marketing). Uma possível perda de título não deve destruir um planejamento e sim servir de alerta para otimizar o trabalho.
Além da gestão, o clube precisa investir em uma boa estrutura para obter bons resultados nas categorias de base. Um bom planejamento e uma boa estrutura devem andar juntos, nunca investir apenas em um setor. A partir do momento que você lida com atletas em formação, e principalmente garotos na fase da adolescência, é indispensável o investimento em assistência social e acompanhamento psicológico. As fantasias do futebol, convívio longe da família e pressão por resultados serão bem controlados se houver tais investimentos.
Os clubes de São Paulo ainda estão despreparados para trabalhar com suas categorias de base. Enquanto o pensamento empresarial não foi colocado em prática, eles vão sofrer com a falta de retorno de seus investimentos. Espero que o presente trabalho possa contribuir para a discussão do desenvolvimento de um novo modelo administrativo para as categorias de base.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Princípios estruturais: atividades práticas para apoio e mobilidade
Confira três exemplos para o desenvolvimento de tais princípios de modo fractal ao jogo em modelo pensado
Dentro do Modelo de Jogo, temos os princípios operacionais, que regem a ação dos jogadores, como vimos em colunas anteriores, e os princípios estruturais, que orientam os atletas na ocupação do espaço.
Os princípios estruturais são referências para que os jogadores ocupem de maneira inteligente o espaço do jogo nos momentos de ataque, defesa e transição.
Em linhas gerais, servem como “ferramentas” para deixar o “campo grande” quando a equipe está atacando e o “campo pequeno” quando a equipe está defendendo.
Além de auxiliar na estruturação do espaço nos momentos de transição.
Segundo Leitão (2009) os mesmo podem ser elencados da seguinte maneira:
Princípios Estruturais de Ataque:
Amplitude
Penetração
Profundidade
Mobilidade
Apoio
Ultrapassagem
Compactação Ofensiva
Princípios Estruturais de Defesa:
Retardamento
Cobertura
Equilíbrio
Flutuação
Recuperação
Compactação Defensiva
Bloco
Direcionamento
Princípios Estruturais de Transição Ofensiva:
Densidade Ofensiva
Balanço Ofensivo
Proporção Ofensiva
Princípios Estruturais de Transição Defensiva:
Densidade Defensiva
Balanço Defensivo
Proporção Defensiva
Outros autores, como Vazqués Folgueira (2001), Parreira (2005), Hughes (1974), Bangsbo e Peitersen (2002) tratam de tais princípios, mas a nomenclatura difere de autor para autor e de país para país. O que importa é a essência de cada um deles seja entendida.
 Pois bem! na coluna desta semana vou me focar em dois princípios de ataque: apoio e mobilidade.
O apoio, segundo Parreira (2005) e Leitão (2008) se refere à ocupação do espaço de jogo de maneira inteligente a fim de criar linhas de passe para o portador da bola.


Já a mobilidade, segundo os mesmos autores citados acima, se refere à movimentação coordenada de jogadores da equipe a fim de desestabilizar a defesa adversária e criar linhas de passe para o portador da bola. É algo parecido com o rodízio feito no futsal, por exemplo.


Definidos tais princípios, preciso agora pensar em como eles se articulam com as demais referências da minha equipe.
Por exemplo, se tenho como princípio operacional de ataque a manutenção da posse de bola, devo ter muito bem desenvolvido tanto o apoio como a mobilidade (além disso, devo verificar se os mesmos estão contribuindo para o cumprimento da lógica do jogo!).
Visto isso, o próximo passo é...
Estruturar as atividades!
Abaixo, seguem três atividades para o desenvolvimento de tais princípios de uma maneira fractal ao jogo e que leva em conta um Modelo de Jogo hipotético elaborado para fins didáticos:
Atividade 1

Descrição
- Atividade de 4 X 2 (“Bobinho”): o objetivo é estimular a criação de apoios e a mobilidade. Essa atividade pode ser utilizada no aquecimento de categorias maiores ou mesmo na parte principal do treino em categorias menores. O número de jogadores pode variar.

Regras e Pontuação
- Os quatro jogadores devem manter a posse de bola sem que os dois defensores a recuperem; se isso ocorrer, quem errou o passe ou perdeu a bola vai para o lugar do defensor.
- O jogador que fez o passe não pode ficar no lugar. Deve se movimentar em qualquer direção e criar uma nova linha de passe. Com isso, a atividade fica mais dinâmica e a mobilidade é estimulada.

Atividade 2

Descrição
- Atividade de 6 X 6, em que o objetivo das equipes é manter a posse de bola.

Regras e Pontuação
-O campo é dividido em quatro quadrantes.
- A equipe para pontuar deve trocar o maior número de passes possível sem interrupção.
- Cada jogador só pode fazer um passe dentro de cada quadrante. Por exemplo, após o jogador “A” realizar um passe no quadrante “X”, ele deve se deslocar para qualquer outro quadrante de campo para tocar na bola novamente.

Atividade 3

Descrição
- Atividade de 11 X 7, jogo de ataque contra defesa com regras adaptadas.

Regras e Pontuação
Ataque
- Marca 5 pontos quando fizer o gol.
- Marca 2 pontos quando trocar 8 passes.

Defesa
- Marca ponto quando ultrapassar a linha tracejada. A pontuação será de acordo com a quantidade de passes realizados antes de ultrapassar a linha tracejada, ou seja, se a equipe trocar 10 passes e ultrapassar a linha tracejada, marca 10 pontos.

Em próximas colunas vou abordar outros princípios e apresentar atividades para o desenvolvimento das mesmas.

terça-feira, 7 de agosto de 2012


Recuperação da posse de bola (ataque bola) atividades práticas:
Processo deve ser sistematizado no treino. Gritar à equipe não tem utilidade: oriente só no que for preciso
Dentro do modelo de jogo, temos várias referências que orientam a ação coletiva dos atletas, e podemos destacar os princípios operacionais. Esses princípios orientam a ação dos atletas nos diferentes momentos do jogo. Sendo assim temos os princípios de ataque, os de defesa e os de transição (defensiva e ofensiva).
Dentro de uma partida, geralmente as equipes possuem um princípio predominante que rege a ação dos atletas.
Será que é possível uma equipe ter mais de um princípio predominante?
Sendo assim (ou não), vamos nos focar no princípio da “recuperação da posse de bola”, que ultimamente está na moda.
Quando a equipe possui esse princípio como predominante, os atletas buscam constantemente uma ação direta de recuperação da posse de bola. Isso leva a uma tendência de aumento no número de desarmes (informação para análise de jogo).
Vale destacar que esse princípio pode ser realizado a partir de qualquer linha de marcação (1, 2, 3, 4 ou 5, nada garante que uma equipe que está “marcando” na linha 2 está buscando recuperar a posse de bola, etc.) e em qualquer faixa do campo (lateral ou central, existem equipes que impedem progressão na região central do campo e buscam a recuperação da posse de bola nas laterais, etc.)
Para que esse princípio se manifeste como um comportamento da equipe, é preciso...treinar de uma maneira sistematizada e processual!
 Vamos às atividades:
Atividade 1

Descrição
- Atividade de 3 x 1: o objetivo é estimular a pressão sobre o portador da bola mesmo com inferioridade numérica. Neste jogo é trabalhada a ação do desarme em situação de jogo. Cabe ao treinador estimular a pressão constante sobre a bola.

Regras e Pontuação
- A cada 30 minutos, inverte o jogador que está no centro
- Toda vez que o jogador que está no centro recuperar a bola marca um ponto.Vence o jogo quem marcar o maior número de pontos no tempo determinado.

Atividade 2

Descrição
- Atividade de 4 x 4 + 4 coringas, em que o objetivo das equipes é realizar 10 passes. Equipes se enfrentam dentro do espaço delimitado; fora deste espaço, há quatro coringas que auxiliam equipe com posse de bola. Equipe que está sem a posse de bola deve realiza a pressão sobre a bola e pode inclusive roubar a bola dos coringas fora do espaço delimitado. Nesta atividade é trabalhada a recuperação da posse de bola, o desarme, a estruturação do espaço e as interações entre os jogadores na pressão. 

Regras e Pontuação
-Equipe pontua quando trocar oito passes.

Atividade 3

Descrição
- Atividade de 6+G x 7, em que o objetivo das equipes é recuperar a bola o mais rápido possível e evitar a pontuação do adversário. Nesta atividade, os atletas são estimulados em um ambiente específico à recuperação da posse de bola de uma forma organizada no campo de ataque.

Regras e Pontuação

Equipe de ataque
- Marca ponto quando passar a linha do meio. Os pontos são determinados pela quantidade de passes realizados antes de ultrapassar a linha do meio. Por exemplo, equipe fez 10 passes consecutivos e ultrapassou a linha do meio, marca 10 pontos.

- Marca 1 ponto quando tirar a bola da região onde ela foi recuperada (veja a transição sendo trabalhada)

Equipe de defesa
- Marca 1 ponto quando recuperar a bola na região onde ela foi perdida.
- Marca 5 pontos quando fizer o gol.

Atividade 4

Descrição
- Atividade de 11 X 11, em que o objetivo das equipes é recuperar a bola o mais rápido possível e fazer o gol. Nesta atividade específica os atletas são estimulados a buscar a recuperação da posse de bola o mais rápido possível.

Regras e Pontuação
- A cada cinco passes, equipe com posse de bola marca 1 ponto.
- Gol vale 5 pontos.

Vejam, são atividades com poucas regras que contemplam muito bem os objetivos propostos.
Ficar gritando para a equipe recuperar a bola deve ser sistematizado no treino; no jogo, deixe os atletas jogarem e oriente no que for preciso.

Jogos Conceituais e Jogos Específicos: alguns exemplos
Em vídeo, Rodrigo Leitão trata da diferenciação entre os Jogos Conceituais e os Jogos Específicos (Periodização de Jogo) a partir de suas aplicações e definições