Metodologia de Trabalho

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O PROCESSO SELETIVO E O FUTEBOL
Milhares de garotos tentam, a cada temporada, um lugar
nas categorias de base de um grande clube de futebol.
Para isso, a porta de entrada é invariavelmente a peneira. Contudo, o início da trajetória
está longe de ser o único ponto em que o jogador é submetido a um processo de seleção
baseado em suas habilidades e no seu desempenho momentâneo.
O problema é que a realidade do futebol é composta por inúmeras variáveis de difícil
definição. Essa complexidade torna a avaliação de um jogador um processo árduo e
com enorme margem de erro. Baseado no rendimento do atleta em poucos minutos, o
treinador muitas vezes comete erros no processo seletivo - o lateral-direito Cafú, capitão
da seleção brasileira nas Copas de 2002 e 2006, foi reprovado em 12 testes antes de
ingressar nas categorias de base do São Paulo.
Existem dois tipos de seleção de jogadores em uma equipe de futebol: a seleção para as
categorias de base e a seleção de jogadores como reforços para times de alto
rendimento. Nos dois casos, é fundamental que o avaliador tenha uma noção exata das
necessidades do grupo que ele está formando.
A seleção de jogadores como reforços para equipes de alto rendimento deve acontecer a
partir de uma análise minuciosa sobre o atual momento do elenco. A partir daí, o
treinador deve determinar (em conjunto com a comissão técnica) as carências e
solicitações para complementar as potencialidades do grupo.
Em algumas situações, o treinador deve apresentar uma relação nominal de possíveis
contratações e deixar à diretoria a responsabilidade de concretizar as negociações. Outro
meio é a indicação de atletas ao treinador por meio de um trabalho de profissionais de
observação contratados pelo clube.
Já nas categorias de base, as carências da equipe não estão tão delineadas quanto no
profissional. Por isso, é fundamental que o treinador siga alguns conceitos a fim
de minimizar a margem de erro nas escolhas.
Para escolher um goleiro, por exemplo, o treinador deve procurar atletas com altura,
envergadura, palma da mão grande e reflexos apurados. Além disso, deve priorizar
agilidade e impulsão como características importantes.
Assim como um goleiro, um zagueiro deve ter estatura e impulsão desenvolvida. A
diferença é que suas características precisam ser de recuperação rápida, aceleração e
explosão anaeróbia.
Para um lateral, a estatura é indiferente. Em contra partida, o jogador que o técnico
escolhe para atuar nessa posição deve estar preparado para percorrer longos percursos e
mudar rapidamente de direção. A capacidade cognitiva desse jogador deve ser mais
apurada que das duas posições citadas anteriormente.
A escolha de um volante deve priorizar jogadores com força, habilidade e perfil mais
completo. É importante que os atletas dessa posição consigam unir capacidade de
marcação e habilidade para tocar a bola e fazer lançamentos.
A criatividade também deve estar presente nos meias, mas sem tanta capacidade de
marcação. Além disso, o jogador deve ter raciocínio rápido e domínio técnico de
habilidade e finalização.
A última posição é o ataque. Para escolher um jogador para esse setor, o técnico pode
optar por atletas de habilidade e velocidade ou por atletas com estatura e presença de
área. É importante que eles tenham explosão anaeróbio.
Um ponto comum para todos os atletas é que, além das características físicas, o
treinador deve se preocupar com a postura e o comportamento dos atletas. Esses são
dois pontos fundamentais para minimizar a chance de erro na hora de escolher reforços.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Na dúvida, pergunte ao roupeiro
Ironicamente, talvez este seja um bom caminho para a não repetição de erros do passado num time de futebol
Estava querendo evitar tocar mais uma vez neste assunto, que é a da demissão e contratação de treinadores sem critérios nos clubes do futebol brasileiro. Contudo, um fato ocorrido nesta semana causou consternação de boa parte da opinião pública, que foi a recontratação de Emerson Leão, seis ou sete anos depois, pelo São Paulo.
Embora os resultados de Leão tenham sido razoavelmente bons dentro de campo, somando um título estadual e uma classificação para a Libertadores no ano anterior, é de conhecimento geral que o mesmo deixou o clube de maneira tumultuada em apenas seis ou sete meses de trabalho, causando mal estar entre jogadores e dirigentes.
O impressionante disso tudo é a insistência no erro e a baixa adesão dos clubes a ciclos de aprendizagem, fruto do amadorismo, que imaginávamos, já não pertencia mais ao clube do Morumbi. A lógica passa por avaliar constantemente o que ocorreu no passado dentro da própria instituição, analisar o comportamento das pessoas (que se pretende contratar) em outras empresas e a evolução e a busca de novos conhecimentos deste.
Já que profissionalizar e manter um registro ativo e contínuo do perfil dos recursos humanos em um banco de dados é tão difícil, que façamos aquilo que o nosso título de hoje sugere: “na dúvida, pergunte ao roupeiro”.
Apesar do seu conhecimento puramente empírico, o roupeiro é um profissional que, em linhas gerais, costuma ficar bastante tempo dentro dos clubes e, por conta disto, deve registrar e acompanhar tudo que acontece, do vestiário ao campo de treinamento, podendo fazer um relato completo do comportamento de cada cidadão que lá esteve.
Óbvio que esta é uma solução esdrúxula. Mesmo assim, me parece mais factível do que a repetição insana e sistemática de erros praticada pelos nossos dirigentes, em que prevalece o método pautado na tentativa-erro.
Por fim, é bom que se diga: resultados esportivos pontuais não refletem organização, planejamento e gestão – ocorrem, em grande parte das vezes, pela incapacidade dos adversários em detrimento da competência momentânea do grupo de jogadores. Mas quando os resultados surgem de maneira duradoura e linear, tenham certeza de que tais premissas tendem a ser verdadeira.
Portanto, pelo referido método tentativa-erro, estamos diante de uma loteria e, como em qualquer jogo de azar, a sorte pode vir por um turbilhão de moedas ao mexer a manivela da máquina caça níquel (ou pela perda total de suas apostas).

terça-feira, 18 de outubro de 2011

CATEGORIA DE BASE É A SOLUÇÃO

A valorização dos jogadores formados no clube tem sido uma das prioridades dos
grandes clubes no Brasil. Eles perceberam que ao aliar a qualidade do jogador brasileiro
à uma boa estrutura, os resultados aparecem e é extremamente vantajosa, não apenas na
montagem de times competitivos, mas por dar um bom retorno financeiro ao clube.
Pela essência do futebol hoje, economicamente dizendo, é necessário que você tenha
um bom trabalho de formação.
É uma forma de se fazer futebol no Brasil com a desigualdade financeira que nós temos
em relação aos clubes das Europa. Então, é investir pesado na base e nosso futuro é
muito promissor.
A intenção dos Agentes e Olheiros é captar jovens de grande potencial, com o objetivo
de atender as necessidades dos clubes do cenário nacional, dando aos jogadores todo
suporte; orientando e gerenciando sua carreira, para que cheguem ao profissional bem
preparados.

OS CLUBES RECLAMAM DA GARANTIA NO INVESTIMENTO

Com o fim da lei do passe, implantação da Lei Pelé, os clubes de futebol foram
obrigados a reestruturar suas finanças e aumentar os investimentos nas categorias de
base, para formação de atletas. O mesmo processo aumentou o poder dos empresários e
procuradores, que também ampliaram sua ação até os atletas da base, aumentando o
risco de corrupção no setor.
Segundo a legislação brasileira, o contrato profissional, único meio existente para que
clube e jogador tenham um vínculo, só pode ser assinado á partir de 14 anos (Contrato
de formação). Até esta data, os jovens treinam, são preparados e participam de
campeonatos, porém sem uma obrigação de permanecer no clube que o formou.
 Isto é um risco imenso para os clubes que são vítimas de alguns dirigentes,
procuradores e treinadores desonestos. Basta alguém oferecer alguma condição para os
atletas que ele se torna procurador daquele jovem e pode exigir o que quiser do clube
para mantê-lo no time.
Na maioria dos casos, os jovens atletas vêm de uma origem humilde e como não
possuem vínculo com seus clubes até completar 15 anos, acabam aceitando benefícios
de empresários, que se transformam em seus procuradores e exigem vantagens para
colocar” estes atletas nos clubes.
O grande problema na base se concentra nos treinadores e dirigentes mal intencionados,
que indicam atletas para procuradores e recebem uma porcentagem para manter os
jogadores no grupo. O que acontece é que nem sempre os melhores ficam na equipe”.
Tem treinadores que exigem o ‘por fora’ para selecionar garotos. Existe uma máfia nas
categorias de base que precisa ser eliminada”.
Segundo os dirigentes existem casos de treinadores das categorias de base que acertam
contratos com outros clubes, porém antes de pedir demissão da antiga equipe,
dispensam alguns jogadores para repatriá-los no novo time.
 No Santos nenhum treinador das categorias de base pode dispensar atletas sem a
aprovação de uma comissão, além de preencher um documento
explicando exatamente os motivos da dispensa, uma das soluções encontradas pelo clube.
 É preciso rever toda a legislação. Não basta ter homens de confiança nas categorias de
base. É preciso que o clube tenha garantias que seus investimentos, que não são poucos,
trarão retornos. Isto só poderá ser feito quando homens do futebol forem os autores das

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Homenagem ao Professor Carlos Alberto


Treinador de futebol, promessa brasileira.




sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DIFICULDADES ENCONTRADAS NOS PEQUENOS CLUBES DE FUTEBOL PROFISSIONAL
por Prof. Carlos Alberto

Quando vemos na televisão, nos jornais ou em revistas o sucesso alcançado por clubes
como o Cruzeiro, São Paulo e o Santos, a idéia que nos dá é que o futebol brasileiro possui uma
certa estrutura e organização, mas a realidade é bem diferente.
As dificuldades encontradas nestes pequenos clubes serão elucidadas a seguir.
Recursos Financeiros
Os clubes sofrem com a falta de dinheiro. Apesar do custo operacional, se comparado
aos grandes clubes, não ser elevado, é muito difícil obter um patrocinador fixo que
possa sustentar essa despesa. A cada ano que começa é uma nova batalha atrás de
recursos e patrocinadores. Outro aspecto que contribui para essa falta de recursos é a
inexistência ou inadimplência dos associados.
Elenco
A maioria dos clubes não consegue reunir um elenco que possa representar de forma
competitiva e eficiente as aspirações dessa entidade. A cada ano que se inicia é
necessário montar uma nova equipe, pois os clubes não mantêm seus jogadores ou
quando muito, mantêm os jogadores da cidade. Muitos atletas ou não possuem uma boa
capacidade técnica ou são completamente inexperientes. Isso acarreta enormes
dificuldades ao treinador para montar uma equipe competitiva.
Material de Trabalho
O material utilizado para a realização do trabalho, que inclui bolas, uniformes de treino,
cones, chuteiras, estacas etc., são fatores de fundamental importância na elaboração e
realização de um programa de treinamento em qualquer clube de qualquer divisão.
Bolas sem qualidade ou em quantidade inferior ao necessário; o mesmo com os
uniformes de treino, que em muitos casos são utilizados ano após ano; falta de cones,
estacas e cordas. É a realidade encontrada em muitos desses clubes. Existem casos de
treinos que precisam ser cancelados ou alterados pela falta ou inexistência de alguns
desses itens.
Acomodações
O alojamento é outro item que merece um destaque especial. Existem alojamentos com
baixas condições de higiene; chuveiros sem água quente; iluminação inadequada;
colchões velhos e estragados; inexistência de locais para os atletas estudarem, lerem ou
se reunirem e, falta de locais para recreação, como sala de jogos.
Verificam-se casos de atletas que apresentam dores nas costas por dormirem em
colchões estragados, ficam doentes por dormirem em locais úmidos e frios etc.
Alimentação
De fundamental importância para o desenvolvimento de um atleta profissional, a
alimentação normalmente não é adequada e assustaria qualquer nutricionista da área
esportiva. A variação dos alimentos, como frutas e verduras, normalmente não acontece.
O preparo dos alimentos também não é da maneira mais indicada. É muito comum
serem alimentos gordurosos e com muita fritura. Normalmente, os empregados
responsáveis pelo preparo dos alimentos não estão preparados tecnicamente para fazer a
alimentação de um atleta.
As condições de higiene da cozinha também estão longe das ideais. Se a vigilância
sanitária fizesse uma fiscalização, a grande maioria delas seria fechada.
A alimentação desses atletas não é satisfatória em quantidade, mas principalmente em
qualidade. Falando em qualidade é quase inexistente o uso de suplementos como
vitaminas, aminoácidos etc.
Viagens
Com as longas distâncias existentes, muitas equipes precisam viajar mais de dez horas para realizar uma partida. Em alguns casos as equipes chegam ao local do jogo, no dia da realização do mesmo, isso após viajarem cinco, seis horas. Os atletas dormem e descansam dentro do ônibus.
 O rendimento certamente será afetado.
Muitos desses ônibus não possuem a mínima condição para realizar esse tipo de
viagem. São ônibus velhos e desconfortáveis. Uma curiosidade é que o ônibus quebrar
durante o trajeto é uma situação comum enfrentada por essas equipes.
Instalações, Locais de Treinamento e Estádios
A prática mais comum é treinar no próprio estádio. Como foi elucidado anteriormente,
os clubes não possuem recursos para alugar campos para treinar e muito menos
possuem um centro de treinamento próprio.
Observam-se também campos de treinamento e jogo sem as mínimas condições, com
gramados irregulares e esburacados; vestiários sem condições de higiene e espaço.
Os estádios são outros locais que não atendem as exigências do Estatuto do Torcedor.
Não existem locais numerados; sinalizações adequadas; sanitários limpos e em
funcionamento; conforto mínimo; segurança etc.
Salários
Esse é um aspecto que beira ao ridículo quando se trata de uma profissão, um esporte
profissional e o maior esporte no Brasil. A falta de pagamento de salários ou benefícios
é uma prática comum, isso porque os salários são baixos, próximos ao salário mínimo
nacional. Muitos profissionais não são registrados ou o são com um valor irrisório.
A desculpa de que o clube não tem dinheiro para pagar altos salários, como acontece
nos grandes clubes, não pode ser aceita, pois como já foi dito os salários são baixos.
Em parte, o problema dos baixos salários é culpa dos próprios profissionais que acabam
aceitando qualquer proposta só para ter a oportunidade de trabalhar em um clube
profissional. Com isso, não valorizam seu trabalho e muito menos sua profissão.
Recursos Humanos
Enquanto os grandes clubes têm treinador; preparador físico; auxiliares; médico;
roupeiro (mordomo); enfermeiro (massagista); fisiologista; fisioterapeuta; assistente
social e psicólogo, os pequenos possuem em muitos casos o mínimo, um treinador, um
preparador físico, um enfermeiro, um roupeiro e só. Isso quando alguns poucos não
assumem várias funções. Mais uma vez a desculpa é a situação financeira.
Outro problema é a falta de capacitação dos profissionais. Com baixos salários e falta de
condições de trabalho, os profissionais que atuam nesses clubes, em muitos casos, não
possuem capacitação adequada para o cargo que exercem e a responsabilidade que o
mesmo exige.
Observam-se treinadores que não conduzem treinos adequadamente ou são verdadeiros
ditadores com métodos de treinamento completamente ultrapassados; preparadores
físicos que não evoluíram com os métodos científicos mais modernos e também
utilizam métodos de treinamento defasados, isso sem falar de enfermeiros e roupeiros,
conhecimento para a função que exercem.
Os dirigentes deveriam buscar contratar profissionais realmente capacitados para as
funções necessárias. Verificar a experiência e o conhecimento desse profissional, assim
como é feito em qualquer empresa quando precisa contratar um novo profissional.
Dirigentes
Assim como em alguns grandes clubes, nos pequenos também vemos casos de
dirigentes praticamente vitalícios e sem capacitação.
Existem dirigentes que não conhecem a realidade do futebol no século XXI e não se
preocupam nem um pouco com a situação dos membros da comissão técnica e dos
atletas.
A inexistência de dirigentes profissionais é outro fator que influencia negativamente na
administração dos clubes. Os clubes são administrados de forma ultrapassada e
amadora.
A falta de um trabalho de marketing e de divulgação é um aspecto que atrapalha na
obtenção de patrocínios, mas muitos desses dirigentes chegam a desconhecer o
significado da palavra marketing.
Política
Assim como em todas as áreas no nosso país, os pequenos clubes de futebol também
são influenciados pela política local. A escolha de dirigentes, de patrocinadores e até de
participação em alguns torneios, podem sofrer influência de interesses políticos.
Categorias de Base
Com a falta de recursos financeiros, os clubes praticamente não investem na base e a
grande maioria nem possui equipes dessas categorias. O pior é que os clubes não
enxergam que uma das soluções para os problemas financeiros é justamente investir nos
garotos. Já que não possuem dinheiro para contratar bons jogadores, a solução seria
formá-los dentro de casa.
O que se vê são jogadores com idade de juniores que não possuem experiência, pois
quando eram infantis e juvenis não disputaram torneios competitivos.
Novamente, volta-se a desculpa da falta de recursos. Enfatizo que um trabalho de
marketing eficiente e direcionado poderia angariar recursos locais para esse trabalho, até
porque é um trabalho de baixo custo operacional.
Educação
Não existe um projeto para a educação dos atletas. Muitos abandonam a escola por
preguiça ou por acharem que não podem estudar e ser atleta ao mesmo tempo. Existe
um total despreparo e desinteresse por parte dos dirigentes com relação à educação de
garotos e adultos.
O lado social dos atletas também é deixado de lado. Muitos atletas apresentam
problemas de conduta e convívio em grupo, chegando a ocorrer casos de furto e
homossexualismo. O mais grave é que os clubes não demonstram interesse em ajudar a
solucionar ou minimizar esses problemas.
Muitos garotos ao assistir a televisão e ver o sucesso alcançado no exterior por
jogadores como Ronaldo, Kaká, Ronaldinho Gaúcho,e
outros, acabam se iludindo e não sabem a grande dificuldade que existe no início de
carreira, principalmente em um clube pequeno.
Esses garotos abandonam a escola pela chance de vencer no futebol, mas apenas uma
minoria atinge o sucesso, a maioria infelizmente não consegue. Muitos acabam em
subempregos e até na marginalidade, pois não se prepararam ou não foram devidamente
orientados para buscar alternativas fora do futebol.
Quero salientar que essa situação é encontrada na maioria dos clubes, mas não em
todos. Existem pequenos clubes que possuem uma boa estrutura, dirigentes e
profissionais capacitados.
A situação é que muitas equipes, infelizmente, estão falidas e sem uma liderança forte e
competente. Encontram-se também clubes que alternam anos de total despreparo e falta
de condições, com anos de boas condições e bom trabalho.
O futebol é uma paixão de nosso povo. Os clubes e seus dirigentes deveriam respeitar o
cidadão que torce por uma bandeira ou distintivo e, principalmente, respeitar aqueles
que procuram honestamente vencer por meio do futebol, inclui-se treinadores,

quinta-feira, 13 de outubro de 2011


Sobrevivência dos clubes do interior: investir na base ou ser barriga de aluguel?
Se a equipe dá liga e vai bem, bom para o jogador que se valoriza e abre as portas para um novo emprego no segundo semestre. Mas e o clube?
Eduardo Zanello de Paula e Silva
Eram felizes e não sabiam. Durante as décadas de 1970, 80 e 90, os clubes do interior paulista, encabeçados por Guarani, Ponte Preta, América, XV de Jaú, Ferroviária, Marília e pelo nosso Botafogo, de Sócrates, Zé Mário, Paulo Egídio, Raí, Boiadeiro e tantos outros, faziam a diferença.
Era a época da mãe fértil que procriava a cada ano expoentes para o futebol brasileiro e mundial. Comum naquele tempo era ligar o rádio, sintonizar no AM e ouvir a escalação dos times “chamados pequenos” com vários jogadores oriundos das categorias de base.
Jogavam por amor, o beijo no brasão era verdadeiro, literalmente colocavam o coração no bico da chuteira. Um orgulho vestir a camisa que se confundia muitas vezes com a própria pele. Jogar profissionalmente pelo clube de formação era uma honra... Os clubes grandes da capital paulista suavam para conquistar um pontinho fora de casa contra os chamados pequenos, bons tempos!
Aí, de repente, tudo mudou. Os clubes deixaram de investir na formação, pararam de garimpar. A base se misturou com as escolinhas, houve crise de identidade: qualidade na base versus quantidade nas escolinhas.
O profissional, até então recheado de jogadores criados no próprio clube, mudou de identidade e passou a ter o sobrenome “barriga de aluguel”.
A imprensa esportiva imediatista, que exige a montagem de bons times para a disputa dos campeonatos, a cobrança inconsciente do torcedor apaixonado pelo clube, somados ao despreparo, na maioria das vezes, dos dirigentes abnegados e ao calendário inapropriado das competições de curto prazo, por exemplo, o Campeonato Paulista, foram os fatores preponderantes que impulsionaram os clubes a deixarem de lado a incubadora para investir na revenda por consignação, em que os atletas dos “outros” ou de “ninguém” ficam expostos na vitrine do clube para a disputa de um campeonato de tiro curto.
Se a equipe dá liga e vai bem, bom para o jogador que se valoriza e abre as portas para um novo emprego no segundo semestre (Campeonato Brasileiro).
E o clube? Se foi bem no campeonato, entenda-se, não caiu de divisão, fica com aquela sensação de dever cumprido, sobreviveu por mais uma temporada. Mas e aí? Até quando suportaremos essa pressão de que um dia vamos sucumbir?
Pra refletir: vamos deixar de lado o imediatismo da disputa pra não cair e pensar num investimento em médio prazo nas categorias de base, voltar às origens da formação. Só assim resgataremos os clubes de futebol do interior.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Características na elaboração e condução dos treinamentos de futebol
Quanto mais o treinador visualizar alternativas para as dificuldades e os erros que possam ocorrer durante a partida, mais recursos a equipe terá para solucionar os problemas

- Inicie os exercícios dos mais simples para os mais complexos, principalmente com crianças. Comece com exercícios em pequenos grupos e espaços e vá aumentando gradativamente de acordo com a assimilação e o amadurecimento dos atletas. Segundo TRAPATTONI (1999) o técnico deve, no início, estabelecer exercícios com regras simples e claras na construção de um time.
- Pense e elabore exercícios que se aproximem da realidade do jogo.
- Principalmente no treinamento com crianças, a variação dos exercícios é de extrema importância. Os exercícios devem ser baseados em formas de jogo que possibilitem o desenvolvimento de várias capacidades ao mesmo tempo.
- Crie exercícios que obriguem os atletas a desenvolver a criatividade e a inteligência do jogo, ou seja, criar situações-problema.
- Desenvolver no atleta atividades que o obrigue a achar soluções próximas a realidade do jogo. TRAPATTONI (1999) concorda que o técnico deve fornecer exercícios que exijam que os jogadores achem as soluções para resolvê-los. SANTOS FILHO (2002) coloca ainda que fornecer aos atletas exercícios que os obriguem a tomar decisões dotará o atleta de melhores condições de desempenho durante as partidas.
- Criar não só dificuldade física, mas também mental.
- Evitar atividades fechadas que não desenvolvam a criatividade e o improviso “consciente”.
- O técnico deve criar exercícios em função do que ele observou durante as partidas.
- Escolher o sistema tático em função da qualidade e características dos jogadores.
- Procure adotar esquemas e táticas de fácil assimilação ao nível de seus atletas. Muitos treinadores inventam fórmulas mirabolantes e acabam por confundir os atletas e não conseguir seus objetivos.
- Não utilizar durante os jogos o que não foi treinado durante a semana, a menos que seja numa situação inesperada. Aqui entra o improviso e a criatividade do atleta.
- É importante estudar o esquema do adversário, para tentar neutralizar seus pontos fortes e atacar seus pontos fracos.
- Os exercícios táticos para o ataque devem iniciar em pequenos espaços com pequenos grupos (3 X 2; 3 X 3; 4 X 3; 5 X 5 etc.). À medida que os atletas forem se desenvolvendo, utilize espaços grandes com 11 X 11.
- É importante ensinar os atletas a jogarem sem bola. O atleta deve saber tocar a bola e avançar para recebê-la em condição de dar prosseguimento a jogada. Esse é um erro muito comum no futebol em categorias de base: o jovem atleta após passar a bola, para e se torna um espectador do jogo. O técnico deve ensinar os atletas a se posicionarem em diagonal para receber o passe.
- Evitar passes laterais na armação ofensiva.
- O treinamento da marcação deve colocar os jogadores em situações próximas da realidade do jogo.
- Os técnicos/professores devem sempre enfatizar a roubada de bola sem a utilização da violência. O técnico/professor deve instruir seus alunos a tentar roubar a bola em pé, ou seja, evitar os carrinhos, evitar jogar sentado.


treinamentos de marcação devem colocar os jogadores em situações individuais e coletivas.
- Crie exercícios em pequenos espaços para treinar a marcação individual.
- O técnico deve posicionar a sua equipe defensivamente a sua maneira e treinar, a princípio, sem adversário para que os atletas assimilem o seu posicionamento básico.
- É importante instruir e posicionar os atletas na marcação sem bola. O professor deve ensinar como o atleta deve observar o deslocamento do adversário.
- Não deixe os atletas perderem a concentração defensiva, ou seja, o atleta deve estar o tempo todo atento no deslocamento dos adversários e no posicionamento da bola.
- A maioria dos gols ocorre por falha da defesa, individual ou coletiva. Normalmente esses gols ocorrem por desatenção e falta de concentração.
- O técnico deve implementar durante os treinamentos todos os tipos de marcação, de pressão, cobertura, linha de marcação que achar necessário. É um erro comum os técnicos falarem para os atletas que querem esse ou aquele tipo de marcação, mas não treinarem isso.
- Deve-se estabelecer um padrão tático, uma forma organizada de jogar, mas nunca coibir os atletas de usarem o improviso e a habilidade.
Para MICHELS (2001) quando se pretende jogar com um estilo ofensivo, deve-se iniciar o desenvolvimento desse sistema nas categorias de base. A filosofia e o sistema de jogo exigem tempo de treinamento. Deve-se controlar o oponente se quiser jogar num estilo ofensivo. Afirma ainda que a construção de um time deve começar pelo setor defensivo.
Com equipes de semelhante nível técnico, a partida será decidida nos detalhes, portanto é necessário observar tudo que está a sua volta. O técnico deve se preparar para todas as eventualidades.
O técnico deve preparar sua equipe para todas as situações possíveis. Jogar com um a menos, jogar com um a mais, jogar contra equipe que marca pressão ou meia-pressão e outros. Quanto mais o técnico visualizar alternativas para as dificuldades e os erros que possam ocorrer durante a partida, mais recursos sua equipe terá para solucionar os problemas.
O técnico não deve cobrar nunca dos jovens atletas o que eles não planejaram, estudaram, vivenciaram, ensaiaram, aprenderam e treinaram durante as sessões de treinamento. Aquela frase antiga de que “jogo é jogo e treino é treino”, não se encaixa mais no futebol moderno. O jogo é o reflexo do treino. Os atletas só fazem em jogo o que fizeram nos treinamentos.

terça-feira, 4 de outubro de 2011


Treinador de Futebol - Um grande Gestor

Olá amigos do futebol, realmente a cada dia que passa, o treinador de futebol é um grande gestor, leia o texo :

Ser treinador de futebol é ser gestor, neste caso de recursos humanos, cabe ao treinador toda a planificação da equipa e será errado se assim não for pois se os resultados não aparecerem será o único que irá sofrer as consequências com o despedimento.O futebol é uma actividade que tem as suas particularidades.Quando se chega a um clube é importante conhecer o seu historial, criar um projecto, uma filosofia, traçar os objectivos reais para criar um caminho para o atingir.Tudo começa num trabalho conjunto entre equipa técnica, departamento médico, departamento do futebol e finalmente o plantel onde considero ser importante ter o um conhecimento profundo do jogador em todos os aspectos.Cabe depois a equipa técnica definir a metodologia onde estão incluídas a as regras de conduta interna e externas, penas disciplinares, definição do modelo de jogo e treino.Um dos aspectos fundamentais do sucesso de um treinador é a sua capacidade de liderança e comunicação, sou da opinião que quem joga são os jogadores e é por eles que tudo deve ser feito, cabe-nos a nos criar condições para eles obterem o sucesso, é importante a organização e motivação, em termos comportamentais temos que ser honestos com os jogadores, costumo dizer que vale mais uma verdade que nos deixa aborrecidos do que uma mentira que nos engana, é necessário existir confiança entre quem dirige e os atletas.Faz parte tambem do trabalho do treinador gerir os conflitos que sempre existem ao longo de uma época, é importante entender as causas e na minha opinião nunca arranjar culpados dai defender que deve existir uniformidade de regras de conduta em ambiente colectivo feito com justiça.No fundo o trabalho do treinador é este, gerir pessoas, criar um ambiente de trabalho agradável, disciplinado e exigente, motivar pessoas a superarem-se e a atingir determinados objectivos que sejam realizáveis.O importante é que todos sintam que o caminho a seguir é comum a todos, e que todos estejam disposto a segui-lo porque numa equipa de futebol o espaço que existe para o individualismo é ao serviço do colectivo. E acrescento, aquele que se julga entendedor só de futebol, de futebol nada sabe.

http://coachcarlosalberto.blogspot.com/2011/10/preparacao-da-comissao-tecnica-dentro-e_03.html

segunda-feira, 3 de outubro de 2011


A preparação da comissão técnica: dentro e fora das quatro linhas
Para se sobressair nesse ambiente competitivo é preciso dominar vários conteúdos teórico-práticos além do jogo
Venho apresentando inúmeras atividades práticas para o treinamento de equipes de futebol, desde as categorias menores até o profissional.
Contudo, peço licença para falar sobre a preparação dos membros da comissão técnica.
No futebol, assim como nas demais áreas, não existe fórmula mágica para o sucesso.
Uns dizem que é trabalho, outros que é conhecimento, outros competência, dom, sorte...
Além disso, ter sucesso é relativo e vai de acordo com os objetivos traçados por cada um.
Desta forma, cada um deve traçar seus próprios objetivos e encontrar o caminho para alcançá-los.
Dizendo assim até parece fácil...
Mas na prática o caminho é árduo e requer uma preparação de anos, para não dizer de uma vida inteira.
Preparação que não pode ser realizada de qualquer forma. É preciso saber onde buscar as informações e de “mestres” para lhe indicar o caminho.
Caminho que passa pelo conhecimento profundo do fenômeno em seus aspectos técnico-tático-físico-mental-cultural-social-histórico-organizacional-metodológico-de gestão...
E quando digo conhecimento me refiro às questões teórico-práticas, pois no futebol a teoria é colocada a prova a cada dia e se não ajudar a responder os problemas do jogo, “não serve” (entre aspas, pois toda informação é valida e nos ajuda de alguma forma).

Atual treinador da seleção brasileira sub-20 e coordenador das categorias de base da CBF, Ney Franco abordará Aspectos Técnico-Táticos da Formação de Atletas no Brasil. Confira aqui!

O caminho pode ser construído na universidade, nas escolas, em cursos, palestras, mas não podemos esquecer de passar pelo campo, pois é nele que as coisas acontecem e é lá que aprendemos coisas particulares.
Quando digo campo extrapolo as quatro linhas e abarco todas as questões organizacionais de um clube.
Um bom profissional deve saber resolver os problemas do campo e de fora dele, pois ambos se relacionam intimamente, tanto positiva como negativamente.
Para resolver bem esses problemas é preciso ter conhecimento e ser submetido diversas vezes às situações-problemas do futebol.
Assim como um jogador é estimulado a resolver os problemas de jogo, jogado, os membros da comissão técnica resolvem melhor os problemas do futebol (de gestão do grupo, de planejamento, de elaboração de sessões e atividades, etc.) vivenciando e enfrentando as adversidades do dia a dia.
O objetivo da coluna não é trazer nenhuma resposta definitiva, mas sim fazer uma reflexão sobre a preparação de nós, profissionais do futebol.
Para terminar, deixo uma célebre frase de Manuel Sérgio: “no futebol, quem só sabe futebol, pouco sabe de futebol!”.
http://coachcarlosalberto.blogspot.com/2011/09/treinador-escolha-jogador-especialista.html